Ame a sabedoria, e ela o tornará importante; abrace-a e você será respeitado. (Provérbios 4:8)
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Fabulosa tempestade
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
O Jardim
Perfeito, não?! Ele teve a ajuda do Jardineiro Fiel para produzir esse poema, com certeza. [rs...] Como eu queria acalentar minha alma, reconstruir meu jardim, aos poucos recebi boas sementes de flores raríssimas, porém havia uma flor que nunca saiu do meu jardim, a única que não havia morrido por completo, apesar de todos os temporais que enfrentou e dos pouquíssimos cuidados da proprietária. Essa flor é única e o Jardineiro Fiel continuou preservando-a. Fitei meus olhos nela e comecei a mantê-la sob um cuidado especial, ali estavam contidos todos os meus sonhos, planos, momentos de real felicidade, memórias de esperança e a cada dia que eu cuido dela encontro coisas valiosas capazes de me fazer abrir um sorriso sem igual, então corro para mostrá-la ao meu Jardineiro Fiel como linda está se tornando minha flor. Agora, eu quero mostrar meu jardim a todos, mostrar como ele está ficando cada dia mais lindo, mas Ele disse para que eu não o abrisse ainda, haverá o tempo certo para fazê-lo. Anos atrás eu li os últimos livros de uma série que acompanho desde a adolescência, na penúltima edição a autora Robin Jones Gunn traz um poema simples, até bobo mas que lembrei enquanto pensava em abrir meu jardim, e ele diz o seguinte:
Dentro do meu coração cresce solto
um jardim de violetas e perfumadas rosas.
Alegres narcisos do prado se alinham ao longo do estreito caminho,
silentes a ouvir meus passos.
Doces tulipas acenam em repouso;
eu me ajoelho e busco em Deus o bem maior.
Pois em volta do meu jardim há uma cerca firme
que guarda meu coração para eu decidir
quem pode entrar, e quem deve esperar, do outro lado da cerca...
Prendo a chave no pescoço
e indago se a hora é já.
Se hoje o portão se abrisse,
você entraria ou embora iria?
Por hora ainda não perguntei a alguém se gostaria de ter minhas chaves, mas quando isso acontecer espero ter meu jardim perfeito e cheio de flores para assim olhar para meu Jardineiro Fiel a fim de entender que é tempo de entregar as chaves.
terça-feira, 15 de junho de 2010
Novo esconderijo
Deixo para vocês uma música belíssima cantada por Mariana Valadão, aos que não curtem esse tipo de canção ou tem críticas a cantora, eu apenas desejo que reflitam na música! Nada muito pomposo, a letra é simples e objetiva! Descubram algo incrível sobre Deus!
quinta-feira, 25 de março de 2010
Espiritualidade
A prática de orar em silêncio, de aquietar a alma para meditar na Palavra e de escrever ressonâncias depois que alguém compartilha percepções espirituais, me deixou boquiaberto. Eu acreditava em preces barulhentas. Achava que Deus gostava de decibéis exagerados. Aliás, preciso confessar, eu mesmo já insuflei auditórios com a clara intenção de produzir frenesi para "mostrar" categoricamente que Deus "operava em nosso meio". Mas o Osmar Ludovico me conduzia por um novo e fascinante portal. Ao seu lado, eu subia escadas que tocavam o céu. Osmar tem uma voz suave, que, ao pronunciar o nome de Deus, ainda me comove. Ali começou um novo ciclo em minha devocional.
Passei a desejar uma espiritualidade de afetos. Abandonei o esforço de fazer de minhas orações uma técnica de colocar Deus em movimento. Destruí o altar que eu erguera para acionar o divino. Reaprendi que orar é inspirar ausências. Sem muitos barulhos, colocar a alma numa quietude parecida com a que o sumo sacerdote experimentava ao entrar no Santo dos Santos. Noto que os cultos, as missas, se tornaram agitados. Pergunto-me se o ritmo alucinante das músicas e das danças não são fugas. Na agitação, evita-se o confronto com a interioridade e, consequentemente, com Deus. Agora, só agora, começo a intuir o significado de orar no quarto fechado, em secreto.
Uma oração que não inclua o mundo inteiro apequena Deus e mostra o grau de individualismo de quem ora. Não consigo mais entender Deus como um deus tribal que faz chover e não deixa que gafanhotos destruam plantações. O mundo geme e entendo que as preces precisam ser situadas em relação a todos, inclusive africanos exilados, haitianos sem teto, europeus desiludidos com o materialismo e brasileiros inundados em periferias urbanas. Deus não dispensa suas bênçãos prioritariamente sobre os quem têm olhos azuis. Ele não começa seus castigos pelos mais miseráveis; não abandona milhões à míngua para vitalizar ajuntamentos que enriquecem evangelistas ávidos por fama e riqueza.
Desde aquela iniciação com o Osmar Ludovico, reaprendi a ler a Bíblia sem o exclusivismo das ferramentas frias da exegese. Por anos fui um gramático, pavimentei a estrada da minha fé com argumentações, mas comecei a ler as Escrituras com o coração. As novas lentes de leitura eram o amor e a paternidade de Deus. Desisti da pretensão de chegar à verdade dissecando textos. Eu queria perceber o recado de Deus nas entrelinhas, sem as vendas espirituais que me impedem de me sentir abraçado por ele. Sei da importância de não desvirtuar o sentido do texto com interpretações fantasiosas. Mas sei também que não é com análises sintáticas que a linda poesia do Espírito chegará ao meu coração. Se a letra mata e o Espírito vivifica, quero perceber o imperceptível; quero o que os olhos naturais não captam.
Desejo vivenciar a minha espiritualidade em atos devocionais. Pretendo transformar-me em um adorador que faz do “seguimento” de Jesus a melhor expressão de sua piedade. Liturgias centradas em emocionalismos desmerecem a tradição profética dos dois Testamentos. O melhor culto é defender a justiça. Deus não gosta de ajuntamentos com liturgias autocentradas, que só buscam canalizar o seu favor. O verdadeiro culto disponibiliza pessoas para cuidar de órfãos e de viúvas -- esta é a verdadeira religião, segundo Tiago. Qualquer verticalização do louvor só tem sentido se promover a verticalização do serviço. Espiritualidade é reconhecer Deus no rosto do pobre, do nu, do faminto e do desterrado; tudo o mais é individualismo travestido de piedade.
Anseio por reuniões que celebrem a graça, sem paranoias espirituais, sem alguém tentando infundir culpa para descansar no inescrutável amor de Deus. Quero participar de comunidades leves, sem as afetações próprias do glamour do mundo, onde os sorrisos sejam gratos e os abraços, sinceros. O caminhar de Jesus não combina com lugares espetaculosos. Viver os valores do seu reino prescinde de holofotes.
Muito obrigado, Osmar. Naquela tarde edifiquei um memorial; altar que me lembra o desafio de vivenciar o vasto amor do Pai. Soli Deo Gloria.
Pastor Ricardo Gondim