domingo, 15 de março de 2009

Dia de comemorar as nossas conquistas?

O dia 8 de março foi instituído para celebrar a conquista econômica, política e social da mulher. No entanto, existem várias controvérsias a respeito deste dia instaurado oficialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975.

Mas, o que temos para comemorar? Sem querer ser pessimista e nem feminista (no termo mais radical da palavra), observe que temos o direito ao voto, direito ao trabalho remunerado, a licença maternidade, ao divórcio (sem que nos chamem desquitadas). Nós conquistamos! E isso é tudo o que nós queremos? Deveria ser um dos motivos de celebração saber que a denúncia de violência contra a mulher nas cidades de Juazeiro e Petrolina aumentou, como se noticiam nos jornais?


No site do Fórum de Promotoras Legais Populares do Distrito Federal, a matéria “Mulheres têm menos chance no mercado formal” retoma o tema sobre o preconceito na contratação de trabalhadores do sexo feminino, e mostra como a maioria delas tem que recorrer ao emprego autônomo para ajudar na renda familiar. A causa para baixa quantidade nas contratações de mulheres, afirma Márcio Salvato, coordenador de pesquisas do Instituto de Desenvolvimento Humano e Sustentável (IDHS), é causado pelo tempo em que elas passam sem produzir, referente ao período em que estiveram de licença maternidade.

Semana passada, ouvi de uma jovem que lamentava sua reprovação em uma entrevista de emprego em razão de ainda ser uma “reprodutora”. Ou seja, a mulher estéril ou que não pode mais engravidar tem maior chance de arrumar um emprego. Sem falar que esta tem sido uma estratégia de algumas empresas para reativar o efetivo feminino em seu quadro de funcionários. Segundo a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), isso também resultou na diminuição da fecundidade no Brasil.

Ao visitar o portal G1, li uma matéria publicada em novembro do ano passado a respeito de uma pesquisa desenvolvida pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, mostrando que mulheres que estão acima do peso têm mais chances de perder o emprego, ser vítimas de crime, cometer crimes ou enfrentar problemas financeiros. Mas o que é isso, piada ou pretende nos ajudar?

Embora tudo isso venha acontecendo não podemos ignorar que algumas de nós conseguiram superar, desafiar e vencer muitos obstáculos. Em nossa região, temos a historiadora Maria Isabel Figueredo (Bebela), e não nos esqueçamos de duas que nos deixaram a pouco tempo, mas que suas obras tocarão para sempre a vida de nossa região, Ana das Carrancas, a artista artesã, e Irmã Eurídice Dourado, a idealizadora do Projeto PETRAPE.

Mas tudo que escrevo é apenas para que possamos refletir sobre a real situação das mulheres, como procurei demonstrar acima, e tentar modificá-la, para que, então, valha a pena celebrar o oitavo dia deste mês. Então, que sorte temos? Posso dizer apenas que mulher não é para qualquer um, mas as que conseguem meus parabéns!